quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ADEUS.


Adeus.

Não consegui dizer essa palavra antes de sair. ela ficou encurralada na minha boca, uma palavra amarga, triste, vergonhosa. A médica de Priscila, minha cadelinha, me diz que ela esta nas últimas. eu acreditei, era o que meus olhos gritavam ao vê-la.

Sua boca suja com substancias que não deveriam estar fora de seu corpo, suas pernas moles que já não reconhecia seu próprio peso, e aquele olhar. aquele olhar suplicante que pede desesperadamente por ajuda, seja ela qual for. Aquele olhar de quem se despede da vida, de jeito tímido e transtornado.

Não queria ver mais aquilo, nao do jeito que estava. sua saúde antes tão perfeita, recaiu a níveis negativos em apenas uma semana, a doença tomou conta e sua vitalidade foi sugada às pressas. que atitude poderia tomar? a pior e mais suja, porém a mais correta no momento.

Amanhã ela amanhecerá morta e em paz. seu corpo doente deixará sua alma se libertar, e ela não terá de sofrer por nenhum segundo a mais. Ela estará em paz, tenho certeza, mas nao tenho tanto em relação a mim, e ao que acabo de fazer com ela.

E, no fim, nada me resta a não ser rezar, agradecer por sua estadia conosco e pedir por seu perdão.

Você me desculpa? te matei porque te amo.

Um comentário:

  1. Oow gatinha, fica assim não...
    Eu sei que é triste, acredite, eu já passei por isso algumas vezes...
    Mas é bem melhor do que ela ficar sofrendo... Não basta apenas respirar para se estar vivo... Quando a qualidade de vida se vai, o "viver" se vai junto... Você apenas a libertou dessa casca, chamada corpo, que já não estava mais servindo a ela do jeito que deveria.
    Eu tenho certeza de que ela foi muito feliz por ter vivido junto de pessoas que a amavam tanto e que ela não iria querer ver você triste por causa dela.
    Pelo menos ela teve uma vida boa e longa, e é só isso mesmo que todos nós podemos desejar, inclusive para nós mesmos...

    Te amo coisinha, precisando estamos ai ;*

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